O sistema de empacotamento Snap, desenvolvido pela Canonical, tem sido alvo de inúmeras controvérsias no mundo Linux desde sua criação em 2014. Desde então, duas opiniões distintas surgiram em relação a esse sistema: enquanto um grupo de usuários apoia os Snaps devido à sua notável facilidade de uso, outro grupo se opõe à abordagem de código fechado adotada pela Canonical.
Agora, a empresa está prestes a causar ainda mais agitação no cenário. De acordo com um comentário recente, Oliver Grawert, da Canonical, confirmou que a próxima versão de longo prazo do Ubuntu será disponibilizada em duas versões distintas. A primeira será a versão clássica, baseada no Debian, que é a versão habitualmente conhecida pelos usuários. A segunda versão será uma variante imutável baseada em Snaps, direcionada aos entusiastas.
É importante ressaltar que a nova versão completa será opcional, permitindo que os usuários escolham se desejam utilizá-la ou não. Alguns podem estar se perguntando se já não existe uma versão imutável do Ubuntu. De fato, existe o "Ubuntu Core", uma versão em contêiner otimizada para dispositivos embarcados e IoT. No entanto, essa versão atualmente não é otimizada para uso em desktops, focando principalmente em aplicações como sinalização digital, automação residencial, gateways IoT, entre outros.
Portanto, se a Canonical executar corretamente essa variante imutável do Ubuntu para desktops, essa nova abordagem pode ser benéfica. Quanto à data de lançamento, a previsão é que ocorra em abril de 2024, o que significa que ainda está quase um ano distante.
A Canonical parece estar seguindo a tendência dos desktops Linux imutáveis, já que outros nomes importantes, como o Fedora, recentemente adotaram uma nova variante imutável em sua extensa linha de distribuições. Embora possa ser considerada uma mudança tardia, a Canonical está no caminho certo, mesmo que alguns usuários discordem da natureza dos Snaps.
