A Microsoft anunciou recentemente o lançamento do edit, um editor de texto de código aberto para terminal. Embora tenha sido desenvolvido inicialmente com foco no Windows, o editor também está disponível para Linux, o que amplia seu potencial de adoção entre usuários de diversas plataformas.
Interface inspirada no MS-DOS Editor
O edit remete ao antigo editor do MS-DOS, mas com uma abordagem modernizada e suporte a recursos comuns em editores gráficos. Os atalhos de teclado familiares — como Ctrl+S para salvar, Ctrl+Z para desfazer, Ctrl+Y para refazer e Ctrl+C/Ctrl+V para copiar e colar — estão todos presentes.
Apesar de ser um aplicativo de terminal, o edit não é uma ferramenta puramente baseada em linha de comando (CLI), mas sim uma interface de usuário de terminal (TUI). Isso permite, por exemplo, a navegação por menus utilizando o mouse, algo que facilita significativamente o uso por iniciantes.
Funcionalidades principais
O editor possibilita a abertura de arquivos por meio de uma interface semelhante à do Bloco de Notas. Também é possível salvar arquivos com Ctrl+Shift+S, além de navegar pelos menus com o teclado ou mouse.
No entanto, algumas limitações foram observadas. Por exemplo, não há suporte a preenchimento automático (tab-completion) ao digitar nomes de arquivos.
Além disso, caminhos relativos utilizando ~/
não são interpretados corretamente. O editor também tenta abrir arquivos incompatíveis, como imagens, sem apresentar uma mensagem de erro clara.
Por outro lado, é possível trabalhar com múltiplos arquivos abertos simultaneamente. O editor exibe informações sobre os arquivos ativos na parte inferior da tela, com alternância via atalho Ctrl+P ou por seleção direta.
Para encerrar a sessão, o usuário pode optar por fechar apenas o arquivo atual ou sair completamente do editor, encerrando todos os documentos abertos.
A familiaridade com atalhos comuns de edição representa um diferencial significativo, especialmente para usuários que migraram de ambientes gráficos e estão começando a utilizar o terminal.
Apesar da proposta moderna, o editor ainda não possui recursos como realce de sintaxe, algo desejado por usuários que trabalham com código-fonte.
Disponibilidade para Linux
O edit pode ser utilizado no Linux com facilidade. O código-fonte e os binários estão disponíveis no repositório oficial no GitHub e na página de lançamentos.
O binário para Linux está disponível como um arquivo .tar.gz
. Após extraí-lo, basta conceder permissão de execução e rodar o aplicativo. Para integração ao sistema, é possível movê-lo para o diretório /usr/local/bin
.
As etapas também podem ser executadas via interface gráfica, o que facilita a instalação para usuários que preferem não utilizar o terminal.
Considerações finais
Apesar da ampla disponibilidade de editores de texto em terminal no Linux — como Vim, Emacs, Nano e Micro — a curva de aprendizado dessas ferramentas pode representar uma barreira para novos usuários. O edit se destaca ao oferecer uma experiência mais acessível, com uma interface gráfica em terminal e comandos familiares.
No entanto, o uso do nome edit
pode gerar conflitos com utilitários existentes em sistemas Unix-like. Ainda assim, o fato de ser um software open source permite que a comunidade o adapte conforme necessário para melhor integração com o ecossistema Linux.
Resta saber se distribuições voltadas para iniciantes, como Linux Mint ou Zorin OS, considerarão adotar essa ferramenta como opção padrão. O tempo e a aceitação da comunidade determinarão o impacto real desse novo editor no ambiente Linux.